Mas o cheirinho que havia na cozinha, no momento em que a foto foi feita, sim!
Há alguns dias atrás li um texto de Danusa Leão para a ultima edição da revista Claudia.
Era sobre cheiros que trazem lembranças. Me identifiquei no ato.
Quando ela conta suas lembranças de infância, ao chegar do colégio e sentir o cheirinho do almoço sendo preparado.
Lembrei-me imediatamente dos meus 7 anos, quando chegava do "grupo escolar".
Já no portão, podia sentir o aroma do que minha mãe estava preparando para o almoço. Então, me sentia em casa, segura e confortada. Adorava o cheirinho de feijão recém cozido e bifes ( embora eu gostasse mais do arroz que do feijão).
Mas, tinha vontade de dar meia volta e retornar correndo para a escola, quando minha mãe cozinhava dobradinha ou queimava o alho.
Ainda assim, era o cheiro de "lar", da acolhida familiar. Lembro bem que entre a escola e minha casa havia uma caminhada de mais ou menos 15 minutos, por uma rua longa e repleta de casas térreas com seus jardins de roseiras bem cuidadas.
A medida que ia passando, podia sentir o cheirinho do almoço que estava sendo preparado em cada casa. Uma delicia!
O feijão, soberano, impregnava o ar, acrescido de refogados, ovos ou bifes.
Por mais difícil que tivesse sido minha manhã na escola, até chegar em casa meu apetite estaria plenamente desperto.Hoje, das poucas vezes que caminho pela vizinhança na hora do almoço, quase não sinto cheiro de comida sendo preparada.
Muito menos de feijão cozido. Uma pena!
De uma forma geral, o mundo e as pessoas tanto se modernizaram, que perderam o sentido do que é realmente bom. Hábitos simples e sabores idem.
Combinação simples e perfeita, capaz de dar inveja ao mais inspirado dos "chefs". Hoje, resolvi homenagear o nosso velho arroz com feijão (mais ovo frito e salada). Minha casa ficou com cheirinho de infância, de casa da mãe.
Embora, no meu caso, minha família demorou um bocado para incorporar o arroz e feijão ao cardápio. Como imigrantes, minha mãe cozinhava o que havia aprendido em seu país, a comida de sua infância.
Aos poucos, através de conversas com as vizinhas e aprendendo com elas, começamos a almoçar arroz e feijão.
Primeiro, na versão de minha mãe: feijão cozido com batatas. Tempos depois, finalmente a versão nacional. É desse que eu me lembro!
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