quarta-feira, 23 de junho de 2021

Fusilli com carne suína moída.

 


Normalmente quando pensamos em macarrão, principalmente o tipo parafuso, pensamos em muito molho, vermelho ou branco.

Mas esta receita é bem diferente.

 Primeiro porque é feita com carne suína moída, novidade da Swift, que eu adorei.


Segundo porque não tem molho. É uma massa gostosa, leve e bem sequinha.

 Parece uma farofa de carne. Carne de suíno com poucas calorias. Bem fácil e rápida de fazer. 

Melhor ainda: é uma delícia!!


Fusilli com carne suína.

Ingredientes:

500 gramas de carne suína moída da Swift

2 colheres (sopa) de azeite de oliva

3 dentes de alho bem picados

1/2 pimenta dedo de moça picada

1 colher (sopa) de sal

pimenta do reino à gosto

1 colher (sopa) de chimichurri seco ou tempero que desejar

1 colher (sopa) de molho inglês

2 colheres (sopa) de mostarda

1 colher (sopa) de catchup

200 ml de água

250 gramas de massa grano duro tipo fusilli ou macarrão parafuso

Modo de fazer:


Coloque o azeite em uma panela. Leve ao fogo.

 Adicione o alho picado e espere dourar.


Junte a carne e a pimenta dedo de moça. Misture bem e começa a mexer.
Vá "fritando" a carne até ficar soltinha.


Quando a carne estiver bem dourada. tempere com sal, pimenta do reino e o tempero chimichurri seco.
Misture bem.


Adicione a água, o molho inglês, a mostarda e o catchup. Misture bem.
 Tampe e mantenha no fogo baixo.
Deixe cozinhar até a água evaporar toda.


Enquanto isso, cozinhe a massa conforme as instruções do fabricante.
Quando estiver "al dente" escorra e reserve.


Quando a água secar toda, mantenha no fogo baixo. Mexa bem e deixe até que a carne fique bem soltinha.
Como uma farofa.



Junte a massa que está cozida e reservada. 
Misture delicadamente e sirva.







segunda-feira, 21 de junho de 2021

Sardinhas empanadas à milanesa feitas no forno.

 




Quando as sardinhas frescas surgem na peixaria, é uma alegria.

Parecem jóias de prata. Plenas em seu esplendor e frescura. Não há como resistir.

Sem falar na economia, já que é um dos peixes mais baratos do mercado.

Fico pensando nelas fritas, mas, quando penso na sujeira, desisto.

 Só que adoro aquela "crocância" que só a fritura dá.

O grande dilema era esse,  até conhecer esta receita. 

Crocante como  uma  fritura, só que feito no forno.

Saudável, sem sujeira e delicioso.

Bom demais!


Sardinhas empanadas à milanesa feita no forno.

Ingredientes:

1 quilo ou 9 sardinhas grandes limpas e abertas (espalmadas)

2 ovos inteiros

1/4 de xícara (chá) de leite integral

2 xícaras (chá) de farinha de rosca

1 xícara (chá) de farinha de trigo

2 colhers (sopa) de tempero seco chimichurri ou lemon pepper

sal

pimenta do reino

1/4 de xícara (chá) de azeite de oliva ou óleo vegetal de sua preferência

Modo de fazer:



Peça para limparem as sardinhas e deixarem abertas, espalmadas.
Tempere com sal e pimenta do reino.
Deixe pegar gosto por 20 minutos.


Passe as sardinhas na farinha de trigo.
Dos dois lados.


Bata os ovos com o leite.


Passe as sardinhas já empanadas na farinha de trigo, por essa mistura de ovos batidos e leite.
 Dos dois lados.


Tempere a farinha de rôsca com o tempero chimichurri seco ou lemon pepper.
Misture bem.
 Empane as sardinhas (que já passaram pela mistura de ovo) na farinha de rosca temperada.
 Passe bem,  pelos dois lados. 


Unte uma forma com parte do azeite (ou óleo).


Coloque as sardinhas já empanadas, nessa forma.
 Regue generosamente com o azeite (ou óleo) as sardinhas  já empanadas.

Leve ao forno pré aquecido, em 180 graus por mais ou menos 40 minutos ou até que fiquem douradas e sequinhas.

Se quiser, pode optar pela fritadeira elétrica sem óleo.
 Coloque em 200 graus por aproximadamente 10/15 minutos. 
Depende da potência da fritadeira.
Verifique a cada 10 minutos e deixe até dourar.


Retire da forma e sirva.



Sirva acompanhada de limão.
 Use para para "temperar" essas sardinhas ainda quentes,  com um delicioso suco fresco de limão.


sábado, 19 de junho de 2021

Aprenda a fazer cerveja artesanal em casa ou o passo a passo fácil de seguir - Parte 5 Final de curso.

 


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Fabricação da primeira cerveja – Maturação


Você que tem nos acompanhado ao longo do nosso curso de fabricação de cerveja artesanal, deve estar lembrado que no nosso post/aula anterior, ensinamos como funciona a etapa da fermentação do mosto, que ao final do processo resultará em uma mistura alcoólica (quase uma cerveja).


Neste post/aula, vamos passar para a próxima etapa da fabricação de nossa cerveja artesanal.


Esta etapa denominada maturação, embora muito importante, é muito mais simples e menos trabalhosa do que a etapa anterior.


Vamos então aprender a fazer a maturação de nossa mistura alcoólica.


A maturação é a etapa que se segue imediatamente após encerrarmos o processo de fermentação.

Antes de começar o processo de maturação:

Higienize suas mãos

  1. Sanitize os balde alimentício. Como a  figura 1 ou a(s) garrafas de maturação na figura 2.


Figura 1

Figura 2

Lembrando que como visto na nossa aula anterior, o processo de fermentação dura 7 dias, ao final destes 7 dias, deve-se tirar o airlock da tampa do balde de fermentação, abrir com cuidado a tampa que está fechando hermeticamente o balde cervejeiro.

O conteúdo que você deverá encontrar, será bem diferente da mistura original (mosto + fermento), que você deixou há 7 dias atrás para fermentar.


O fermento, agindo sobre o mosto, após estes 7 dias deixa para você, uma mistura que agora é alcoólica.

O cheiro da mistura também será também diferente do cheiro do mosto original, a mistura será transparente muito provavelmente com um pouco de resíduo flutuando do a superfície do líquido (resto do processo de fermentação), está é a base de nossa futura cerveja.


No fundo do balde de fermentação, haverá uma “borra/resíduo” do fermento utilizado na fermentação.


Coloque o balde de fermentação em um lugar firme, que permita com que você possa colocar o balde ou as garrafas (para maturação) que serão usadas para receber o liquido alcoólico, debaixo da torneira do balde de fermentação.


A seguir, abra um pouco a torneira do balde de fermentação, transfira devagar e delicadamente o líquido para o balde de maturação ou garrafa(s) de maturação.


Evite ao máximo, que o “borra/resíduo” do fermento, vá para o balde de maturação ou garrafa(s) de maturação.(não tem jeito, vamos ter que deixar um pouco do liquido alcóolico no fundo do balde de fermentação, vamos “perder” um pouco de nossa preciosa “quase cerveja”).


Terminada a transferência da mistura alcoólica, para o balde de maturação ou garrafa(s) de maturação, o balde ou garrafa(s) de maturação, estas deverão ser hermeticamente fechadas e guardadas na geladeira.

(lembrando que a temperatura da geladeira, deve apenas manter a mistura fria, mas em hipótese nenhuma a mistura deverá congelar).

Se estiver usando garrafa(s) para maturação, se for o caso pode guardar a mesmas em pé ou mesmo deitadas na horizontal (desde que devidamente fechadas).


O tempo para maturação deverá ser de 10 dias (agora é ter paciência, estamos quase chegando a nossa cerveja artesanal).


Ao final do processo, é normal que se forme um certo gás dentro do balde ou garrafa(s), no caso das garrafas isto pode fazer com que corpo da garrafa(s) fiquem um pouco “inchadas”, ou a tampa do balde maturador fique um pouco “inflado/inchado”.

Por isto é importante que você se assegure que a garrafa(s) e o balde estejam realmente hermeticamente fechados ao aguarda-los na geladeira.


Entenda o que acontece nesta etapa.

A maturação é necessária para que o sabor, o aroma de sua cerveja se apure. (leve a sério)

Dica - Se você usar garrafa(s) no processo de maturação, como você conhece a capacidade das mesmas, por exemplo as garrafas da figura 2 tem capacidade de 2,5 litros. Fica mais fácil saber qual é a volume final de cerveja que você realmente conseguiu produzir.

No nosso exemplo, se conseguirmos encher as 2 garrafas, produzimos ao final 5 litros de cerveja, se conseguimos encher uma garrafa e meia teremos produzido apenas 3,75 litros de cerveja.


Se você estiver usando um balde alimentício, você vai precisar saber a capacidade do mesmo, e estimar a quantidade de cerveja produzida, em função do quanto o balde alimentício está cheio.


Suponhamos que o seu balde alimentício tem capacidade de 5 litros, e que você conseguiu enche-lo apenas pela metade, então você terá produzido apenas 2,5 litros de cerveja, se você conseguiu preencher 80% do balde alimentício, então você terá produzido 4,0 litros de cerveja.


É importante saber da forma mais precisa possível a quantidade de cerveja que será maturada, pois precisaremos desta informação na próxima etapa de fabricação de sua cerveja artesanal.


Durante o período da maturação, evite mexer de lugar o recipiente, seja ele um balde ou garrafa(s), deixe a realmente “descansar”.


Falta apenas aprender uma última etapa para criar a sua cerveja artesanal.

Tenha um pouco de paciência, a seguir,  ensinaremos como engarrafar e carbonatar (gaseificar), sua cerveja artesanal, finalizando assim nosso rápido curso de fabricação de cerveja artesanal.


Fabricação da primeira cerveja – engarrafamento e carbonatação  (gaseificação)


Esta é a última etapa na produção de cerveja artesanal.

Na etapa anterior, da fabricação deixamos a nossa mistura alcóolica, para maturar na geladeira.

Nesta última etapa ,vamos agora tirar da geladeira, a mistura alcóolica que foi maturada e primeiro estimar a quantidade final do produto que conseguimos produzir (quantidade de litros).

Trate com cuidado.

 No fundo o balde ou do garrafão usado no processo de maturação, deve existir um pequeno “resíduo/borra”, evite que ele turve a mistura, deixe a descansar em um lugar fresco.

Com base nesta quantidade produzida, e na capacidade das garrafas que se vai usar para engarrafar a cerveja artesanal, você deve estimar quantas garrafas serão necessárias para envasar a quantidade da nossa mistura alcóolica que foi maturada.

A formula para este cálculo seria:


Quantidade de garrafas a utilizar = Quantidade mistura alcóolica que foi maturada (em litros)/Capacidade de cada garrafa (em litros)

Exemplo:

Quantidade de garrafas a utilizar 9 garrafas = 4,5 litros/ garrafa de 500 ml


No nosso exemplo para efetuar o engarrafamento como vamos usar 9 garrafas de 500 ml, vamos então precisar separar 9 tampas metálicas.

Vamos também precisar do balde fermentador, da pá/colher de cervejeiro, de um funil e jarra medidora.

Também precisamos deixar separado nosso vidro/pote de glicose de milho.

Uma vez disponibilizado todo o material acima, vamos sanitizar tudo -

Garrafas, tampas metálicas, balde fermentador, pá/colher de cervejeiro, jarra medidora e uma colher de chá.


Ao colocar as garrafas para sanitizar, tenha o especial cuidado de que todo o interior das garrafas sejam mergulhadas na solução sanitizante (água potável com a adição de 2 colheres de sopa de água de cloro (água sanitária), vide figura 3.

Figura 3.


Deixe as garrafas por no mínimo 10 minutos, após retiradas da solução sanitizante, escoe toda solução sanitizante, e rapidamente as enxague com água potável, deixe as escorrer.

Importante colocar solução sanitizante no balde fermentador, deixar por no mínimo 10 minutos, ao final do processo, deve-se esvaziar o balde fermentador e enxaguar o seu interior, rapidamente com água potável.


A nossa mistura alcoólica, após o processo de maturação, é basicamente a cerveja artesanal, só que ela está sem “gás”.

O processo de carbonatação (gaseificação), consiste em incluir o “gás” na mistura alcoólica, o que finalmente a tornará uma verdadeira cerveja artesanal, espumante, aromática e saborosa.


Começamos o processo de carbonatação (gaseificação), colocando 50 a 70 ml de água mineral previamente fervida em nosso jarro medidor, a seguir nela vamos dissolver 2 colheres de chá de glicose de milho para cada litro de solução alcoólica que vamos engarrafar, vide figura 4.


Figura 4

Esta mistura de água e glicose, se for o caso deverá ser esfriada para ficar a temperatura ambiente (ela não pode estar quente), antes de ser despejada na mistura alcoólica.


DICA – a quantidade de colheres de chá de glicose de milho que você colocar por litro, na nossa mistura alcoólica, vai influir na quantidade de “gás” que sua cerveja vai ter ao final.

Quanto mais glicose se milho você colocar mais “gás” sua cerveja terá.


Cuidado – você pode ajustar o nível de “gás” que sua cerveja terá, ao seu gosto, mas existe um limite perigoso.

Se você exagerar na quantidade de glicose de milho por litro, existe uma possibilidade muito grande de em algum momento haver a explosão das garrafas de cerveja.

Parece exagero, mas isto realmente acontece e é perigoso.



A seguir vamos despejar o conteúdo da mistura alcoólica vagarosamente dentro do balde fermentador (trate com cuidado, no fundo o balde ou do garrafão usado no processo de maturação, deve existir um pequeno “resíduo/borra”, evite que “o resíduo/borra”, vá para dentro do balde fermentador (sim você vai perder um pouco do “precioso líquido”, para evitar que isto aconteça).


Uma vez despejado todo o liquido alcoólico no balde fermentador, despeje a mistura de água com glicose de milho do jarro medidor, dentro do balde, e mexa bem para que a água com glicose se disperse bem na mistura alcoólica.

Terminada a mistura acima, podemos finalmente efetuar o engarrafamento.

Coloque o balde fermentador em uma superfície, de maneira a que você possa abrir a torneira do balde e acomodar o funil e a garrafa ser preenchida.

Coloque com cuidado o funil e a garrafa a ser preenchida debaixo da torneira do balde fermentador abra com cuidado a torneira e vá preenchendo a garrafa.

Observe que a garrafa não pode ser totalmente preenchida, deve-se deixar o nível a cerveja de 5 a 7 centímetros abaixo de onde fica a tampinha da garrafa, vide figura 3. (o espaço vazio é necessário para que possa haver uma boa gaseificação (carbonatação) da sua cerveja.

Figura 5.

Após preencher todas as garrafas, vamos começar a colocação da tampinhas.

Neste exemplo, estaremos usando um arrolhador do tipo mostrado na figura 4.

Este modelo de arrolhador, tem um mecanismo de ajuste que deve ser utilizado para que ele funcione com o tipo específico de tamanho de garrafa, que você vai utilizar.

Verifique se o arrolhador, está realmente ajustado ao tamanho da sua garrafa.

Para a colocação de uma tampinha :

Primeiro coloque a tampinha bem centralizada no bocal da garrafa, vide figura 6.

Figura 6.

Segundo, coloque a garrafa com a tampinha a ser utilizada, de forma bem centralizada, debaixo do bocal do arrolhador, vide figuras 7 e 8.

Figura 7.

Figura 8.

Segure firmemente a base do arrolhador (figura 9 detalhe A), a seguir baixe com firmeza a alavanca do arrolhador (figura 9 detalhe B).

Figura 9

O resultado deve ser uma garrafa de cerveja com uma tampa bem colocada, vide figura 10.

Figura 10.

Repita a operação acima, sem pressa, para todas as garrafas.

No começo a gente “apanha um pouco”, mas após “pegar o jeito”, verificamos que é até uma tarefa fácil.

Ao terminar o engarrafamento, você pode até se dar ao luxo de criar uma bela etiqueta customizada com o nome se sua cerveja !!

 Vide figura 11.


Figura 11.

Agora uma notícia triste...

Infelizmente, sua cerveja artesanal ainda não está pronta, é preciso guardar as garrafas por no mínimo 10 dias em ambiente fresco e sem incidência de luz direta.

Este é o tempo que vai levar para o fermento residual (que ainda existe no nosso líquido alcoólico agora engarrafado) vai levar para agir junto com o açúcar (da nossa glicose de milho), para carbonatar (formar o gás).

Passados 10 dias agora sim alegria !!!, você pode colocar as garrafas para gelar, deixe atingirem a temperatura de sua preferência se saúde !!!, brinde e saboreie a sua primeira cerveja artesanal.

Figura 12.

Figura 13.

Parabéns, para você que acaba de tomar a sua primeira cerveja artesanal, e é claro que ela pode ser aprimorada.

É por isso que fazer a sua própria cerveja é algo único, uma vez que você tenha dominada a técnica básica que vimos até aqui, agora é só testar novas receitas, se aprimorar no detalhes, pegar uma receita como está que utilizamos e alterá-la em alguns detalhes para ficar mais ao seu gosto, incrementar os utensílios e vai por aí afora.

Vivendo a alegria e o orgulho de ser um verdadeiro cervejeiro artesanal.

Chegamos assim, ao final de nosso curso de cerveja artesanal.

Foi um curso rápido, sem pretensão de esgotar o assunto, mas sim, de ser um primeiro passo na sua longa trilha em busca da mais perfeita cerveja artesanal.

A sua cerveja artesanal.









quinta-feira, 17 de junho de 2021

Aprenda a fazer cerveja artesanal em casa ou o passo a passo fácil de seguir- Parte 4

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Fabricação da primeira cerveja – do mosto à fermentação

Finalmente estamos chegando ao ponto de colocar a mão na massa, ou melhor a mão na cerveja.

Finalmente vamos os primeiros passos práticos da criação de uma cerveja artesanal.

Toda cerveja é fabricada a partir de uma receita.

Semelhante a uma receita culinária, a receita de cerveja relaciona as matérias-primas a serem usadas, basicamente água, malte, lúpulo, glicose de milho, as quantidades de cada matéria-prima a serem usadas e os tempos de processamento dos mesmos por você cervejeiro.

Vamos dar duas receitas simples de cerveja, as quais serão usadas para você aprender a fazer suas primeiras cervejas artesanais.

Escolha uma delas, e compre as matérias-primas para sua produção.(lembre-se a nossa escala de produção será de 3,5 a 4,5 litros de cerveja, e estas receitas estão adaptadas para esta escala)

Receita número 1 


Ingredientes

Quantidade

Malte Pilsen

1 Kg

Malte Cristal

100 Gramas

Lúpulo Cascade

4,0 Gramas

Lúpulo Saaz

3,0 Gramas

Fermento US-05 ou Craft Series M44

3,0 Gramas

Água mineral

7,5 Litros

Receita Número 2 


Ingredientes

Quantidade

Malte Pilsen

800 Gramas

Malte Trigo

300 Gramas

Lúpulo Halentauer

6,0 Gramas

Fermento US-05 ou Craft Series M44

3,0 Gramas

Água mineral

7,5 Litros

Observação – as matérias-primas para a produção de cerveja são em grande parte importadas, notadamente o lúpulo e o fermento, então tendo em vista problemas na importação, as marcas e tipos de lúpulo e fermento vivem “sumindo” e “reaparecendo” no mercado de tempos em tempos.

Então não estranhe se não conseguir achar uma marca ou tipo de malte, lúpulo ou fermento, se isto acontecer, dê uma pesquisada e analise outras marcas ou tipos de ingredientes similares.

Nestes casos tempos a parte ruim, que é de termos que dar uma “mexida na nossa receita”, mas também tem a parte boa, de acabarmos criando uma “nova receita” que de repente pode ainda vir a ser melhor que a nossa receita original.

Dica – nas lojas ou sites especialidades na venda de produtos para a fabricação de cervejas, é comum serem vendidos “Kits” prontos para a fabricação de cervejas artesanais.

Este kit, é um conjunto específico de malte(s), lúpulo(s) e fermento, para a fabricação de uma determinada quantidade (em litros de cerveja).

Muitos destes kits são para a fabricação de 20 litros de cerveja ou mais, neste caso como a nossa escala de produção é melhor, basta dividir os produtos do Kit, de forma a ajustá-la a nossa escala de produção.

Por exemplo nossa escala de produção é de 4,5 litros, então se o Kit for para a produção de 20 litros, se dividirmos as quantidades do kit por 4, podemos utilizar estas quantidades para criarmos a receita de nosso lote de cerveja.

Neste caso, os produtos para a fabricação que vem no kit, serviriam para você fazer 4 lotes de cerveja artesanal.

Se para a criação de cerveja artesanal, é preciso uma receita, você deve estar se perguntando onde vou conseguir mais receitas de cervejas.

Existem muitos sites e vários livros onde estas receitas podem ser obtidas.

Vamos relacionar alguns endereços eletrônicos, onde receitas vão ser disponibilizadas, mas existem três questões que você vai precisar resolver, para poder se utilizar destas receitas -

A primeira questão é que muitos destes sites são em língua inglesa, então você precisará traduzir o material para o português (hoje isto é mais fácil pois poderá usar o tradutor de línguas do Google).

A segunda questão é as receitas destes sites estrangeiros, usam produtos que eventualmente você não vá encontrar no nosso mercado. Neste caso, quando você tiver um pouco de experiência, poderá procurar por matérias-primas (malte, lúpulo ou fermento) equivalentes que sejam vendidos no mercado nacional.

A terceira questão é a escala de produção da receita, que você sempre precisará ajustar à nossa escala de produção.

Para ajustar uma determinada receita para sua escala de produção, neste caso redimensione o uso das matérias primas da receita original (malte, lúpulo e fermento), de forma proporcional a relação entre a escala de produção da receita original e a sua escala de produção.

Exemplificando, se a receita original é feita para a produção de 50 litros de cerveja, e a nossa escala de produção é de 4,5 litros, vamos achar o fator de divisão das matérias-primas (FDMP), dividindo a quantidade de cerveja da receita original, pela quantidade de cerveja que você vai produzir.

Ou seja a fórmula do fator divisão das matérias-primas (FDMP) é igual a -

Tamanho da produção em litros da receita original / tamanho da sua produção em litros

No nosso exemplo fator de divisão das matérias-primas (FDMP) seria obtido dividindo 50 (litros) por 4,5 (litros) = 11,11.

Para adaptar a receita original, basta agora dividir cada matéria-prima da receita original pelo fator de divisão das matérias-primas (FDMP) previamente obtido.

No quadro abaixo mostramos um exemplo hipotético de uma receita para a produção de 50 litros de cerveja, adaptada para uma produção de apenas 5 litros de cerveja.

Fator de divisão das matérias-primas (FDMP) seria obtido dividindo 50 (litros) por 5 (litros) = 10.


Quantidade de insumos da receita para a produção de 50 litros de cerveja

Quantidade de insumos para a produção de 5 litros de cerveja

Malte 11 quilos

11/ 10 = 1,1 quilos

Lúpulo 75 gramas

75/10 = 7,5 gramas

Fermento 60 gramas

60/10 = 6,0 gramas

Água 55 litros

55/10 = 5,5 litros

Observação – Preste atenção que vários países usam sistema métrico diferente do nosso, ao invés de litros, podem trabalhar com galões e ao invés quilos podem trabalhar com libras.

Caso você vá trabalhar com uma receita nestas condições não se esqueça de converter as quantidades para o nosso sistema métrico.

Dica – Na prática existem inúmeras receitas de cerveja, várias usando muitas matérias-primas além das básicas que estamos usando em nossas duas receitas exemplo.

Para você que está iniciando, observe que:

O básico que você realmente precisa para criar sua cerveja artesanal de boa qualidade, se restringe ao uso de um malte, um ou dois tipos de lúpulo e um fermento, além da água evidentemente.

Nada mais é preciso do que isto.

Receitas de cervejas mais elaboradas, podem no entanto misturar vários tipos de maltes, vários lúpulos, além de outros ingredientes saborizadores ou flavorizadores diversos, esqueça isto por enquanto, pois nada disto é necessário para se fazer uma boa cerveja artesanal.

O conselho que lhe damos é que, você mesmo vá criando as suas próprias receitas, partindo de uma receita básica, como qualquer uma das duas que apresentamos anteriormente.

Criar novas receitas é um trabalho de tentativas e erros, de experiências novas, de adaptação de uma receita já existente para ficar mais do “seu gosto”, do seu “jeito”.

Pegue então esta receita inicial e vá experimentando mudar apenas 1 ingrediente da receita, por exemplo o malte, e substitua por outro tipo e malte, a título de sugestão mude o malte Pilsen da receita 1 por um malte Pale, faça um lote de cerveja com esta alteração e avalie então a nova cerveja.

Ela no seu entender ficou melhor que a cerveja da receita original (se ficou, ótimo você já tem mais uma receita de cerveja para fazer).

Se não gostou, fique com a receita original.

Outra opção, pegue a receita 1 e mude o lúpulo, ao invés de usar 2 lúpulos (como está na receita original), substitua por um único lúpulo, por exemplo use apenas 7 gramas de Saaz.

Faça um lote de cerveja com esta alteração e avalie a nova cerveja.

Ela no seu entender ficou melhor que a cerveja da receita original (se ficou, ótimo você já tem mais uma receita de cerveja para fazer).

Observe, este processo de “criação” de novas receitas é muito desafiador, divertido e criativo.

Com o tempo levará você a criar a “sua cerveja artesanal”, única e inigualável, orgulho de servir para familiares e amigos.


Criando a sua primeira cerveja

Primeira etapa (criação do mosto)

Iniciaremos a produção de cerveja artesanal usando a nossa primeira receita.


Ingredientes

Quantidade

Malte Pilsen

1 Kg

Malte Cristal

100 Gramas

Lúpulo Cascade

4,0 Gramas

Lúpulo Saaz

3,0 Gramas

Fermento US-05 ou Craft Series M44

3,0 Gramas

Água mineral

7,5 Litros


A primeira coisa a fazer é pegar a balança eletrônica, separar e pesar as quantidades de malte a serem usadas na receita acima.

Os maltes a serem usados na preparação o mosto (a primeira etapa da produção da cerveja artesanal), precisarão estar triturados.

Supondo que você adquiriu os maltes na forma de grãos inteiros, você precisará triturá-los, usando o moinho moedor de cereais. (caso você tenha comprado os maltes, já adequadamente moídos esta etapa de trituração dos grãos não será necessária evidentemente)

Importante – os grãos devem ser moídos de forma “grosseira”, ou seja devem ser levemente triturados, mas nunca devem ser moídos a ponto de pó ou farinha.

Preste atenção, na figura 1 podemos ver os grãos de malte “triturados” de forma adequada.

Figura 1

A seguir monte o fogão elétrico, colocando nele o caldeirão com torneira.

Deixe separados e devidamente sanitizados, o balde fermentador, a pá ou colher cervejeira, o termômetro cervejeiro, o jarro medidor, o airlock.

Importante: antes certifique-se de ter instalado a Bazooka no caldeirão com torneira, vide figura 2, a Bazooka deve ser rosqueada, na parte interior da torneira instalada no caldeirão.

Figura 2

Caso ao invés da Bazooka, você tenha optado por usar um filtro de fundo, coloque o filtro de fundo no interior do caldeirão com torneira (deixando os pés do filtro de fundo apoiados no fundo do caldeirão).

Coloque 7 litros de água mineral no caldeirão com torneira, ligue o fogão elétrico na sua potencia máxima, e de tempos em tempos, coloque o termômetro cervejeiro dentro do caldeirão cervejeiro e monitore a temperatura da água, até que a mesma atinja os 60 º graus centígrados, vide figura 3.

Figura 3

Uma vez que a água tenha atingida a temperatura de 60º graus centígrados, despeje lentamente os grãos de malte previamente triturados, dentro do caldeirão com torneira.

Pegue o sua colher/pá de cervejeiro e comece a misturar os grãos à agua.

Monitore de tempos em tempos a temperatura da mistura (mantenha a temperatura da mesma entre 60º a 70º graus centigrados).

Mexa a mistura constantemente para que o malte se mantenha em movimento e não deposite no fundo do caldeirão com torneira.

Durante 1 hora, continue mexendo a mistura de malte e água. Monitore de tempos em tempos a temperatura da mistura com o seu termômetro cervejeiro    ( Vide figura 4)

Figura 4

Mantenha a temperatura da mistura entre 60º a 70º graus centigrados (para tanto se for necessário, diminua ou aumente a potência do seu fogão elétrico, normalmente existe um botão de ajuste de potencia 60º a 70º graus centigrados), vide figura 5.

Figura 5

O objetivo desta etapa do processo de fabricação da cerveja artesanal é o de, com o cozimento da mistura extrair do malte os açucares, os quais ao final de 1 hora estarão concentrados na parte líquida da mistura, formando um caldo adocicado (chamado de mosto)

Passada esta 1 hora, desligue o fogão.

Retire o caldeirão com torneira do fogão e o coloque em um lugar alto o suficiente, onde você possa ter espaço para colocar debaixo do caldeirão com torneira o outro caldeirão sem torneira (isto é necessário pois adiante, vamos escorrer o conteúdo do caldeirão com torneira para o caldeirão sem torneira, e deixe a mistura (agora chamada de mosto), descansar por cerca de 10 a 13 minutos. (com isto o malte “triturado” vai se assentar no fundo do caldeirão e em volta da bazooka.

Vamos agora a segunda etapa do processo, cuja finalidade é assentar o malte utilizado na fabricação do mosto, de forma a que ele funcione como um “filtro”.

Este “filtro”, servirá para que, aos escoarmos o mosto do caldeirão atraves da torneira, o mosto contenha um mínimo de partículas em suspensão.(pois o mosto será na realidade a base de nossa cerveja e quanto menos partículas em suspensão, mais transparente e clara será nossa futura cerveja).

Após o descanso de 10 a 13 minutos, coloca-se a jarra medidora debaixo da torneira, abra então a torneira bem devagar e somente um pouco, apenas o suficiente para o mosto começar a sair e se transfira para a jarra medidora, vide figura 6.

Figura 6

Espere o mosto escorrer até preencher uns 90 % da jarra medidora, feche a torneira.

Da primeira vez que isto ocorrer, repare que no fundo da jarra medidora, deverá existir uma certa quantidade de “borra, um resíduo” que consiste de resíduos do malte triturado usado na preparação do mosto.

Figura 7

Retorne agora vagarosamente o mosto que está na jarra medidora para dentro, do caldeirão com torneira, porém evite transferir a “borra, um resíduo” que está no fundo da jarra medidora.

Faça isto com cuidado, jogue fora a “borra, um resíduo”, que deve estar assentado no fundo da jarra medidora.

A seguir vamos repetir novamente a operação acima, coloque novamente a jarra medidora debaixo da torneira, abra então a torneira bem devagar e somente um pouco, apenas o suficiente para o mosto começar a sair e se transfira para a jarra medidora.

Espere o mosto escorrer até preencher uns 90 % da jarra medidora, feche a torneira.

Importante – se você estiver fazendo o processo corretamente, a quantidade de “borra, um resíduo” que consiste de resíduos do malte triturado usado na preparação do mosto, que está aparecendo no fundo da jarra medidora, deve ser menor que a quantidade que apareceu da primeira vez que você fez esta operação de transferência do mosto para a jarra medidora.

Com isto indicando que está sendo formado um “filtro” no fundo do caldeirão com torneira e em volta da bazooka.(isto é exatamente o que queremos).

Retorne agora novamente de forma vagarosa o mosto que está na jarra medidora para dentro, do caldeirão com torneira, porém evite transferir a “borra, um resíduo” que está no fundo da jarra medidora.

Faça isto com cuidado, e jogue fora a “borra, um resíduo”, que deve estar assentado no fundo da jarra medidora.

Repita a operação acima de transferência do mosto para a jarra medidora e seu retorno ao caldeirão por umas sete vezes.

Se você tiver feito as operações de transferência com sucesso, ao final praticamente não aparecerá mais a “borra, um resíduo” no fundo da jarra medidora.

Na figura 8, podemos ver o processo de retorno do mosto da jarra medidora para o caldeirão com torneira, repare que até usamos uma escumadeira, para “quebrar” o impacto do mosto retornado, evitando agitar a mistura no caldeirão com torneira.

Figura 8

Seguimos então para a próxima etapa do processo, que consiste em transferir provisoriamente, todo conteúdo do caldeirão com torneira, para um caldeirão sem torneira.

Para tanto, coloque o caldeirão sem torneira debaixo da torneira do caldeirão com torneira, abra um pouco e vagarosamente a torneira, o mosto deverá se transferir para o caldeirão sem torneira.

Lembre-se na etapa anterior, criamos um “filtro no fundo do caldeirão com torneira”, então você pode abrir a torneira apenas o suficiente, para que o mosto seja transferido e “filtrado” (não abra toda a torneira, abra apenas o para que a vazão ocorra, e que o mosto esteja livre de “borra, um resíduo” do malte utilizado na preparação do mosto), vide figura 9

Figura 9

Quando todo o mosto tiver sido transferido, no fundo do caldeirão com torneira, deverá estar acumulado todo o malte triturado usado no processo.

Com cuidado, você poderá agora espalhar vagarosamente o meio litro de água mineral que sobrou (lembre-se dos 7,5 litros usamos apenas 7 litros), sobre toda a superfície do malte que está no fundo do caldeirão com torneira, e conseguir assim mais um pouco de mosto, a ser transferido para o caldeirão sem torneira.

Terminada esta operação, separe o caldeirão sem torneira, agora já repleto do mosto.

Vamos agora ter que lavar rapidamente o caldeirão com torneira.

Primeiro retire do fundo do caldeirão com torneira, todo o malte que foi usado para a obtenção do mosto (cuidado que o mesmo ainda deverá estar quente).

Lave o caldeirão com torneira, normalmente não é preciso usar sabão para tanto, use uma esponja de limpeza e água, mantenha a bazooka instalada no caldeirão.

Uma vez lavado o caldeirão com torneira, passe o mosto do caldeirão para o caldeirão com torneira.

Faça a transferência devagar, repare que mesmo tendo sido “filtrado”, ainda assim existirá uma “borra, resíduo” de malte no fundo do caldeirão, evite transferir este resíduo para o caldeirão com torneira (jogue a “borra, resíduo”) fora, (deve ser uma quantidade muito pequena de mosto que se vai perder).

O próximo passo da confecção de nossa cerveja artesanal, consiste em rapidamente após a completar o retorno o mosto ao caldeirão com torneira, colocar o mosto para ferver ( Figura 10).

Figura 10

Esta fervura deverá ser realizada em um fogão convencional (a gás) e não no fogão elétrico.

Esta fervura deverá ser em fogo médio a alto (vai depender do fogão a gás que estiver sendo usado, porém a fervura deverá ser intensa, normalmente isto é impossível de ser feita no fogão elétrico, que normalmente não tem potência para atingir este grau de fervura).

Importante – tome cuidado com o ajuste da potencia do fogão a gás, para que ao levantar fervura o mosto não transborde do caldeirão.

Agora pegue sua balança eletrônica e separe e pese separadamente as quantidades de cada tipo de lúpulo usadas na receita da cerveja.

Após o mosto começar a ferver, coloque o primeiro lúpulo indicado na receita no mosto, e mexa o mosto até que o lúpulo se dissolvam vide figura 11.

Figura 11

Lembre-se que o processo de fervura total deve ser feito por 1 hora, e quando faltarem 10 minutos para o término do tempo de fervura, acrescente o segundo lúpulo da receita, misture com a pá de cervejeiro.

Importante – durante o processo de fervura em fogo alto/médio no fogão a gás, há uma evaporação significativa da água que compõe o mosto, o volume desta evaporação pode variar dependendo da potencia do seu fogão a gás.

Assim sendo a quantidade final do volume do mosto que você vai obter, vai variar, muito provavelmente a quantidade final de mosto ficará entre 3,5 a 4,5 litros.


Entenda o que foi feito nesta etapa do processo -

Ao ferver o mosto por 1 hora, ocorre uma evaporação significativa da água, o mosto restante vai se tornar mais consistente e denso.

Nesta receita você usou 2 tipos de lúpulo.

O primeiro lúpulo vai dar aquele amargor característico a específico a cerveja, o segundo lúpulo, além de acrescentar um distinto amargor por ser colocado mais ao fim da fervura vai também dar um aroma específico a sua cerveja.

O lúpulo também tem propriedades bacteriostáticas, ou seja, ela evita a proliferação de bactérias na cerveja.

Como estamos usando o lúpulo na forma de grânulos secos, é necessário submete-lo a fervura intensa para que as propriedades do lúpulo possam ser extraídas e passadas ao mosto, e portanto à nossa cerveja.

Dica – Enquanto é feita esta 1 hora de fervura, aproveite e pese a quantidade de fermento a ser utilizada pela receita

A seguir vamos “acordar” o fermento, para tanto -

Ferva 50 ml de água mineral.

Sanitize sua na jarra medidora (lembre-se que a sanitização consiste em mergulhar a jarra medidora em uma solução de água potável ao qual foi previamente adicionado cloro, aguardar uns 10 minutos e a seguir, escorrer rapidamente em água potável ).

Coloque os 50 ml de água previamente fervida, na jarra medidora sanitizada, a seguir coloque a jarra medidora em um recipiente maior com água gelada e aguarde até que a temperatura dos 50 ml de água abaixo dos 24º graus. (o ideal é 20º a 22º).

Quando isto acontecer, nela coloque suavemente a quantidade de fermento que você acabou de pesar.

Agite levemente a solução, cubra a jarra medidora com uma tampa ou pires e a deixe descansar enquanto a fervura do mosto se realiza, evitando fonte de calor e luz forte.

Com este processo, estamos “acordando” o fermento, que usaremos em uma próxima etapa da fabricação de nossa cerveja.

Após terminada o tempo de fervura de 1 hora de nosso mosto, segue outra parte crítica da nossa fabricação de cerveja.


Resfriamento do mosto -


Uma vez terminada o processo de fervura intenso do mosto, é preciso resfriá-lo rapidamente, baixando-se a temperatura do mosto para 20º a 24º graus centígrados.

É importante que se faça este processo de resfriamento o mais rápido possível, para que não haja tempo de uma eventual proliferação de bactérias ou outros micro-organismos no mosto.

Atenção – deve-se tomar cuidado com o manuseio do caldeirão com torneira, pois tanto o caldeirão quanto o seu conteúdo começarão o processo bastante quentes, cuidado para não de queimar.

Existe um utensílio, especificamente criado para facilitar o resfriamento do mosto, este equipamento é chamado de “Chiller”, vide figura 12.

Figura 12

Nós não recomendamos aos nossos cervejeiros iniciantes o uso deste aparelho, notadamente pelo alto consumo de água que o mesmo vai exigir.

O “Chiller”, consiste em um cano em espiral, cujas extremidades são acopladas a 2 mangueiras, uma mangueira serve de entrada de água e a outra para saída de água.

O “Chiller” (prviamente sanitizado) é colocado dentro do mosto quente, a mangueira de entrada de água é ligada a uma torneira e a mangueira de saída é posta em um ralo.

Abre-se então a torneira, a água fria ao passar pelo corpo do “Chiller” (cano em espiral), vai através da troca de calor esfriar o mosto.

Infelizmente, a quantidade de água que literalmente vai para o ralo, não é pouca, e não é algo ecologicamente correto, nos dias atuais em que todos devemos economizar água.

Sugerimos 2 métodos alternativos para resfriamento -


O primeiro método alternativo para podermos resfriar rapidamente o mosto, consiste em usar gelo e água gelada.

Na prática, você precisa arranjar uma recipiente suficientemente grande onde possa ao mesmo tempo colocar uma quantidade significativa de gelo e água gelada e neste recipiente colocar o caldeirão com torneira.

Uma alternativa é fazer esta operação na pia da cozinha. (a pia da cozinha precisa  de uma boa tampa que retenha a água, deverá estar em boas condições para aguentar o peso do caldeirão com mosto, além da água e gelo a ser utilizado, por favor verifique)

Quanto maior a quantidade de gelo e água gelada mais rápido será o processo de resfriamento, após iniciar o processo, monitore de 10 em 10 minutos a temperatura do mosto (com o termômetro cervejeiro devidamente sanitizado) , e com uma pá o colher de cervejeiro (devidamente sanitizada) mexa o mosto, que deverá baixar de temperatura até atingir os 20º a 24º graus centígrados

Sem dúvida continuamos gastar água, mas certamente bem menos do que se usássemos o “Chiller”.

IMPORTANTE – Para realizar este processo com sucesso, programe-se preparando com antecedência o gelo que será necessário nesta operação, uns 10 quilos de gelo e uns 4 litros de água gelada devem dar conta do esfriamento (vai depender muito do recipiente onde você, realizará a operação, como sugestão use a pia a cozinha).


O segundo método alternativo para podermos resfriar rapidamente o mosto, consiste em usar “gelo gel artificial reutilizável (existem embalagens 200 a 1000 ml), vide figura 13.

O gelo artificial reutilizável, para quem não conhece, consiste em produtos químicos especiais embalados em recipientes plásticos.

Estes recipientes plásticos devem ir ao freezer ou congelador, os produtos químicos retém o frio.

Esta talvez seja a solução mais ecológica, pois vai se usar um mínimo de água e o gelo artificial é reutilizável inúmeras vezes.

Figura 13


Na prática, você precisa arranjar uma recipiente suficientemente grande onde possa colocar caldeirão com torneira.


Uma alternativa é fazer esta operação na pia da cozinha.(a pia da cozinha precisa  de uma boa tampa que retenha a água, deverá estar em boas condições para aguentar o peso do caldeirão com mosto, além da água e gelo reutilizável a ser utilizado, por favor verifique)

Uma vez colocado o caldeirão na pia da cozinha, coloque as várias embalagens de gelo reutilizável, na pia e encha a pia com água (ajeite o melhor possível o gelo reutilizável).

Quanto maior a quantidade de embalagens de gelo artificial você puder utilizar, mais rápido será o processo de resfriamento, após iniciar o processo, monitore de 10 em 10 minutos a temperatura do mosto e com uma pá o colher de cervejeiro devidamente sanitizada, mexa o mosto, que deverá baixar até atingir os 20º a 24º graus centígrados.

Sem dúvida continuamos a gastar água, mas certamente bem menos do que se usássemos o “Chiller”.

IMPORTANTE – Para realizar este processo com sucesso, programe-se preparando o gelo artificial com antecedência (lembre-se você vai ter que estocar estas embalagens no seu freezer ou congelador).

Normalmente que será necessário nesta operação, uns 6 a 10 embalagens gelo artificial (se possível use embalagens de 500 ml) devem dar conta do esfriamento (vai depender muito do recipiente onde você, realizará a operação, como sugestão use a pia a cozinha).

OBS- em termos práticos a quantidade de água na pia se atingir ao menos 1/3 a ½ da altura do caldeirão com torneira já será suficiente para realizar o processo de resfriamento.

Preparação da Fermentação – Uma vez resfriado o mosto, transfira o mosto para o balde fermentador.

Para tanto, coloque o caldeirão com torneira em uma superfície alta, de forma a poder acomodar debaixo da torneira o balde fermentador, deixe o mosto descansar uns 3 minutos, para que o resíduo de lúpulo fique assentado no fundo do caldeirão.

Abra aos poucos e somente um pouco a torneira do caldeirão, transferindo assim o mosto para o balde fermentador.

Faça esta transferência com calma, sem pressa, para que o mínimo do resíduo do lúpulo seja transferido com o mosto que está sendo transferido para o balde fermentador.

Vá olhando dentro do caldeirão com torneira, e feche a torneira que o resíduo do lúpulo, tender a ir para o balde fermentador (ok, vamos perder um pouco do nosso precioso mosto, que ficará no fundo do caldeirão com torneira, faz parte do processo).

Pegue agora o jarro medidor contendo o nosso fermento cervejeiro.

Antes de transferir o fermento, agite delicadamente o conteúdo do jarro medidor, de forma a dissolver o fermento que deve estar parado no fundo do jarro medidor.

Vamos agora despejar delicadamente todo o fermento do nosso jarro medidor, dentro do mosto que, está no balde fermentador.

Não é preciso misturar o fermento, basta despejá-lo no balde fermentador, vide figura 14.

Figura 14

Isto feito vamos fechar hermeticamente o balde fermentador, vide figura 15.


Figura 15

Por último vamos colocar o airlock na tampa do balde fermentador, lembre-se basta encaixá-lo no furo existente no balde fermentador.

Este furo deve conter um anel de borracha, para que o encaixe do airlock se faça de forma hermética, vide figura 15.

A função do airlock é de deixar que o ar produzido pelos micro-organismos saia do balde fermentador, mas que o ar do meio externo não possa entrar e contaminar o mosto, que vai fermentar e virar nossa cerveja artesanal.

Importante – O airlock deve ser preenchido com água, no máximo preencha com água até a metade da capacidade do airlock.

Figura 16

Figura 17

Agora é hora de colocar o balde de fermentação em um lugar fresco e ao abrigo da luz direta.

Procure deixar em um local onde a temperatura do meio ambiente seja o mais aproximado possível das condições que são ideais para o tipo/marca de fermento que você comprou e está usando.

O processo de fermentação deve durar 7 dias, neste período evite de movimentar o balde fermentador.

Dica - Uma indicação de que o processo de fermentação está acontecendo de forma adequada, é a movimentação (lenta e gradativa) observada, da campânula que está dentro do airlock, esta movimentação deve acontecer depois de umas 8 a 12 horas que a mistura foi feita e o balde de fermentação fechado, e esta movimentação vai aos poucos diminuindo até cessar por completo.


Importante Existem várias marcas e tipos de fermentos, para o iniciante a dica que damos, é que o mais importante ao comprar um fermento, procure a indicação da temperatura ideal para o uso do mesmo, (todas as embalagens indicam a temperatura ideal para o fermento em questão), escolha sempre um fermento cuja temperatura ideal de uso, seja o mais aproximado da temperatura ambiente da estação do ano e do lugar onde você vai deixar o balde de fermentação.

O fermento é composto de micro-organismos vivos.


Se a temperatura ambiente em que o balde fermentador for colocado, durante a fase de fermentação fizer com que a temperatura do mosto que está sendo processado, fique muito acima ou muito abaixo da temperatura ideal para o fermento ele pode “morrer”. interrompendo o processo de fermentação e vir a estragar o mosto, que não se transformará em uma cerveja.


Entendendo da etapa de fermentação


Na etapa de fermentação o “fermento que adicionamos” (na realidade são micro-organismos vivos), que vão crescer e se reproduzir na mistura (nosso mosto), transformando o mosto (composto basicamente de açucares) em álcool , criando a nossa cerveja artesanal.

Durante o processo de fermentação se completa o ciclo de vida destes micro-organismos.

Respiração – nesta primeira fase os micro-organismos se fortalecem para poder se procriar e se alimentar de açucares.

Fermentação – nesta fase os micro-organismos se alimentam dos açucares, e como resto desta alimentação criam o álcool.

Os micro-organismos nesta fase costumam estar em suspensão .

Sedimentação – agora a medida que os açucares vão acabando, os micro-organismos dão por encerrada mais uma fase do seu ciclo de vida.

Os micro-organismos sedimentam indo para o fundo do balde fermentador e entram em fase de dormência.

O prazo para que os micro-organismos consigam processar todo o volume de açúcar existente no nosso mosto e transformá-lo em álcool é de 7 dias, dai a necessidade de aguardarmos 7 dias para que o processo de fermentação se dê por encerrada.


Prezado leitor(a), chegamos aqui ao término de mais um post sobre a fabricação de sua cerveja artesanal.

Este capítulo é talvez o mais importante e também o mais complexo, pois dentro dele se resume as etapas fundamentais da produção da cerveja.

Leia e se for o caso releia com atenção este capítulo, até que tenha certeza de ter aprendido os detalhes desta etapa da fabricação da sua cerveja.

Esperamos vê-lo em breve no próximo post, quando estaremos um pouco mais perto de finalizar todo o processo de fabricação de sua cerveja artesanal.

Até breve então!