quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pastel de Belém ou Pastel de Nata versão torta.

   




Um dos doces mais conhecidos e gostosos  da cozinha portuguesa, o Pastel de Belém, é uma receita original guardada a sete chaves.

 Os lusitanos tem lá suas peculiaridades, e uma delas é levar as coisas ao pé da letra, sendo assim, se o Pastel de Belém for vendido em qualquer outra cidade, terá seu nome alterado de acordo.

 Se for saboreado em Fátima será chamado de Pastel de Fátima. No nosso caso, sempre gostamos do doce e finalmente encontrei uma receita muita próxima da original.

 Foi criada pelo chef Edu Guedes, que desenvolveu a receita após pesquisa na doceira matriz em Belém, Portugal.

Acabei fazendo uma pequena mudança, pois sou uma "doceira" um pouco preguiçosa.

Para evitar o trabalho de montar várias forminhas, transformei a receita numa torta.

 O resultado foi muito bom.
 Para os interessados deixo a receita:

Pastel de Belém ou Pastel de Nata versão torta 

Ingredientes para o creme:

3 xícaras de leite
2 xícaras de leite condensado
6 gemas peneiradas
1 xícara de açúcar cristal
2 colheres (sopa) de amido de milho
1 colher (café) de extrato de baunilha

Ingredientes para a massa:

450 gramas de massa folhada pronta (usei massa folhada Arosa)

Modo de fazer o creme:

Primeiramente, coloque o açúcar e o amido de milho em uma vasilha e misture muito bem.
 Reserve.

 Coloque o leite em uma panela e leve ao fogo médio. Adicione o leite condensado e comece a misturar bem.

 Junte as gemas peneiradas e continue mexendo.
 Acrescente a mistura de açúcar e amido de milho que estava reservada.

 Mexa sem parar.

 Quando começara a engrossar junte o extrato de baunilha.
 Continue mexendo até ficar um creme bem espesso. Reserve e deixe esfriar completamente.


Montagem da torta:

Pré-aqueça o forno em 250 graus.

Utilize uma forma de fundo removivel de 25 cm de diametro.

 Forre a forma toda (fundo e laterais)  com a massa folhada.
 Aperte bem as laterais.

 Despeje o creme completamente frio sobre a massa.

 Leve ao forno, que já deve estar bem quente.
 Em forno convencional, deixe assar por aproximadamente 20-30 minutos ou até dourar bem a parte superior.

 Se tiver forno com grill, deixe por 25 minutos no forno convencional em 250 graus ou até as bordas da massa dourarem e mais 5-10 minutos no grill
 (até o creme borbulhar e ficar tostadinho).


Aqui já morno e desenformado (apoiado apenas na chapa do fundo removível da forma).








quarta-feira, 3 de junho de 2009

Rissoles ou as friturinhas irresistiveis.



Folheando uma revista, dessas de supermercado, encontrei uma receita que me lembrou meus tempos de estudante.
 Naquela época chamavamos de " Pastelão da cantina", porem, no mundo dos salgadinhos é mais conhecida por "Rissoles".

A receita é simples e de fácil execução.
 Ao fazer a massa, duvidei que ela ficaria lisa, tamanho o numero de grumos que começaram a se formar à medida que o leite esquentava, mas no final ficou perfeita. A massa pode ser utilizada para fazer "Coxinhas" também.
 Na verdade é bem versátil, e pode ser utilizada em varios salgadinhos diferentes. O rendimento foi muito bom.
 Utilizando um cortador de 10 cm de diametro, conseguimos 32 rissoles bem rechedos.

Estou dizendo conseguimos, no plural, pois solicitei a ajuda de meu marido para esta tarefa. Estiquei a massa e cortei.
 Ele, gentilmente se dispôs a rechear e empanar.
 O recheio sofreu algumas adaptações para agradar o paladar da familia.

Contando com a preciosa ajuda, conseguimos chegar rapidadamente a etapa final: fritar. O resultado foi muito bom.
 A massa não encharcou e o sabor agradou a todos. Como o salgadinho fez sucesso, resolvi compartilhar a receita.
 Espero que gostem.

"Rissoles"

Ingredientes para a massa:
3 xicaras de farinha de trigo peneirada
3 xicaras de leite
2 colheres (sopa) bem cheias de manteiga
sal

Ingredientes para o recheio:
500 gramas de carne magra moida (optei por patinho)
2 colheres (sopa) de azeite
1 cebola média bem picadinha
2 dentes de alho amassados
3 colheres (sopa) de salsinha e cebolinha bem picadinhas
2 colheres (sopa) de extrato de tomate
algumas gotas de molho de pimenta vermelha
pimenta do reino
sal

Ingredientes para empanar:
3 ovos batidos
2 xícaras de farinha de rosca

Para fritar:
400 ml de óleo de girassol (ou milho) bem quente

Modo de fazer:
Primeiramente faça o recheio. Leve uma panela com o azeite ao fogo médio . Quando começar a aquecer junte o alho e a cebola.
 Refogue um pouco e adicione a carne, mexendo sempre até fritar e ficar bem soltinha.
 Junte as pimentas e o sal.
 Refogue mais um pouco. Junte a salsa e cebolinha. 
Misture, tampe a panela e abaixe o fogo.
 Deixe cozinhando até que todo o liquido seque.
 Junte o extrato de tomate, misture bem e deixe cozinhando por mais 3 minutos. deslique o fogo e deixe esfriar completamente.

Para fazer a massa, leve ao fogo uma panela contendo o leite, a farinha , a manteiga e o sal.
 Vá misturando lentamente em fogo médio até começar a ferver.
 Mexa bem até a massa engrossar, desprender do fundo da panela e formar uma bola lisa.
 Retire do fogo e deixe esfriar coberta por filme plastico.
 Quando estiver totalmente fria, abra a massa com um rolo, numa superficie bem enfarinhada.
 Estique a massa até que atinja uma espessura de 3mm. 
Corte discos de 10cm.
 Coloque o recheio no centro (aproximadamente uma colher de sopa).
 Dobre a massa em formato de meia lua e aperte bem as beiradas.
 Passe no ovo batido e depois na farinha de rosca.



 Frite em óleo bem quente até ficarem douradinhos.


sábado, 16 de maio de 2009

O "luxo" popular.


O "luxo" popular.

Que atire a primeira pedra, aquele cuja gula não se excita diante de um belo sanduiche de mortadela?
Eu confesso que sou fã da mortadela Ceratti fatiada bem fininha. Doses generosas, acomodadas em pão fresco, bem crocante.Para completar, Itubaína bem gelada. Por que não?
Puro sabor de infância. Mortadela, Itubaina, Cerejinha, Grapette, Crush....
A alegria das coisas simples e gostosas. Mortadela fresquinha acompanhada de refrigerantes baratos e saborosos. Naquela época, a Coca-Cola ainda não reinava soberana entre a "classe operária".

Mas, esses luxos só eram permitidos nos fins de semana. Refrigerantes, massas, frios, queijos, bolos, gibis e muita televisão, ou seja, tudo o que eu adorava, não estavam liberados e quando podiamos usufruir essas delicias com mais liberdade, sabiamos apreciar intensamente!

O lanche de mortadela com itubaina era um classico dos dias de faxina. As crianças confinadas no quintal, sentadas no chão. Um um guardanapo de pano no colo, empunhando seu robusto sanduiche e o copo de refrigerante ao lado. O cheiro da cera recem passada nos pisos misturava-se ao aroma intenso da mortadela recem fatiada. Tempos de recursos escassos e despreocupação abundante!

A mortadela sempre esteve associada às camadas mais pobres da população. Quem nunca ouviu a expressão : " Fulano come mortadela e arrota peru." ?
Meu sogro que é holandes, conta que em sua terra, Zeeland, a mortadela era conhecida como " salame de operário".

Hoje já não é bem assim. As coisa mudam. Uma boa mortadela assumiu o "status" de petisco gourmet, ficando mais cara que picanha argentina, pastrami, presunto ou salame. Mas continua enchendo os olhos e o olfato de gulosos como eu. Ontem foi sexta feira. Meu dia de matar a saudade com mortadela fresquinha e itubaina geladinha.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Que venham as flores!



Já estamos em maio.É inacreditável como o mes de abril passou voando. Com uma quantidade absurda de feriados e festividades, foi muito fácil perder a noção do tempo.

As flores de maio começaram a abrir seus botões multicoloridos e em breve, as orquideas que tenho fixadas às arvores começarão a ensaiar sua florada exuberante. Enquanto isso não acontece, encho meus olhos com uma pequena preciosidade que enfeita minha sala.

Durante este mes desabrocham tantas flores que até fico confusa. Chego a esquecer que estamos no outono e penso que é primavera...enquanto isso, no hemisfério norte onde realmente é primavera, continua um frio danado.
Os dias começam a ficar mais frios e cinzentos e minha vontade de ir para a cozinha experimentar receitas novas aumenta... tortas e bolos estão na ordem do dia.

domingo, 12 de abril de 2009

Feliz Páscoa!


É sempre bom desejar coisas boas ao próximo... isso nos enche de alegria e esperança. A Páscoa é uma ótima data para isso, pois é o o simbolo máximo do renascimento, da renovação.Por isso, é comum associa-la a ovos e coelhinhos. Renovação, fertilidade e abundância.
No meu caso, estou desejando feliz Páscoa, com a imagem de gatinhos.... são as crianças da Misty, como meu marido costuma chama-los.
Eram seis. Agora, só restaram tres em nossa casa. Os outros já estão em seus novos lares, cercados de amor e atenção. Espero sinceramente que os que ainda estão no cestinho à espera de alguem que os queira, tenham o mesmo destino feliz. Crescendo alegres e dóceis como são, no meio de pessoas que os amem incondicionalmente.
Enquanto isso, aproveito a companhia deles. Brincam e saltam como crianças...pega-pega, esconde-esconde são as primeiras travessuras da manhã. Logo depois, se juntam todos no cestinho para dormir uma longa soneca.
A infância é linda, seja ela de humanos ou de gatinhos.É uma época que nos enche de esperaça e renovação, exatamente como deve ser a Páscoa.
Feliz Páscoa à todos!

terça-feira, 24 de março de 2009

O que aprendi com minhas meninas.


Hoje coloquei neste espaço a foto que as minhas filhas tiraram, juntamente com seus namorados, durante o show do Radiohead. Elas gostaram muito. São fãs da banda e eu também, embora não tinha ido ao show. Mas, resolvi colocar a foto, pois me lembrei que conheci a banda através delas.Passei a gostar ao ouvir os cds que comprava para elas (e indiretamente para mim). Foi assim com Stone Temple Pilots, Pearl Jam, Red Hot Chili Peppers e outras mais. Elas vendo a MTV e eu dando uma espiadinha toda vez que ouvia uma musica que me agradava. No verão sentava com elas para ver Casa de Praia da MTV com a Astrid Fontenelle.Até aprendemos a fazer pulseiras de miçanga!
Elas estudavam à tarde. Pela manhã, gostavam de assistir " A caverna do dragão". Quando começava, elas me chamavam e eu acabava me encostando no sofá e assistindo com elas. Não fazia isso apenas para me aproximar mais ou participar da vida delas. Eu me juntava à elas porque gostava. Sempre foram generosas e à medida que cresciam, elas iam me apresentando ao seu universo repleto de novidades, girias e modismos. Também me ensinaram a não ter medo da tecnologia. Quase me forçaram a usar computadores, agendas eletronicas, maquinas fotograficas digitais e celulares sofisticados. Hoje eu sou muito grata a elas por isso. Talvez elas nem saibam, mas foi motivada por elas e pelo entusiamo contagiante delas que passei a me interessar e usar novas tecnologias.
Os pais ensinam aos seus filhos tudo o que acreditam ser importante, mas também deveriam se permitir aprender com eles. Olhar através dos olhos deles. Aprender a abraçar coisas novas com o mesmo entusiamo deles. Não temer o novo, mesmo que num primeiro momento parece inutil ou incompreensível.Com os jovens chegam os ventos da mudança e cabe a nós sair da calmaria e aproveitar a força desses ventos!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Bom, bonito e barato!


Minha mãe conta que meu avô, um camponês de Lugo, na Galicia (Espanha), quando ia ao mercado fazer as suas poucas e muito bem pensadas compras, sempre dava preferencia aos itens de melhor qualidade, guiando-se pelo preço. Pouco, mas da melhor qualidade. Esse era seu lema. Naquele mercado, que nada tinha em comum com os supermercados modernos e sim com uma feira medieval, ele ia negociar os animais e cereais da casa. Aproveitava também para comprar produtos que não produzia como o sal,azeite e vinho.
Escolhia e comprava as roupas e calçados mais finos para ir a missa de domingo.Os sapatos para o trabalho no campo, ele mesmo produzia. Eram sapatos rusticos chamados "zocos".
Já as roupas, para a esposa e os nove filhos, precisavam ser de boa qualidade, para durar muito.
Essa filosofia de consumo foi passada para os filhos, e assim, cresci vendo minha mãe procurando o mais caro, sempre acreditando que fosse o melhor.
Ao longo de minha vida, fui percebendo que isso nem sempre correspondia a verdade. Talvez no passado fosse assim, pois as pessoas pagavam pela qualidade do material e pelo trabalho envolvido na confecção do bem. Mas, em tempos modernos, pagamos muito mais pela "grife" e pela propaganda envolvida.
Pensando assim, resolvi que seria melhor me guiar pelos meus instintos (e experiencia) ao escolher o que comprar.Isso se aplica a tudo.
Aos poucos, vamos criando nossos próprios padrões e descobrindo maravilhados que existem sim, produtos muito bons, bonitos e baratos!
Por exemplo,descobrimos um vinho produzido no Vale do Rio São Francisco que não faz feio ante conhecidos vinhos italianos, franceses e californianos.Seu preço é muito bom e enche nossas taças de satisfação, sem esvaziar os nossos bolsos.
Para acompanha-lo, encontramos um delicioso queijo holandes Maasdan. Com uma massa bem densa e sabor picante. Seu preço é o mesmo (ou até menor) de bons queijos nacionais da mesma linha. Perfeito!
Para completar, não poderia faltar o aroma e a doçura do chocolate. Encontramos um chocolate belga, que derrete na boca deixando um sabor tão delicado, que é capaz de absolver as culpas do mais viciado chocolatra, sem leva-lo a falencia.
Há sempre coisas muito boas, e nem sempre conhecidas, esperando para serem descobertas nas gondolas dos supermercados.Arrisque e saboreie os doces frutos dessa ousadia!