sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Por um pouco mais de elegancia.

Antes de mais nada, gostaria de justificar a escolha da foto ao lado. É certo que gosto de gatos,mas, adoro cachorros, passaros e toda sorte de animais também.Porém, considero os gatos criaturas naturalmente elegantes. Não perdem a pose quer estejam brincando ou brigando.
Acho que a elegancia, embora frequentemente associada, não esta relacionada ao status social. Ao longo de minha vida, tenho visto pessoas extremamente simples e de pouca educação formal serem desconcertantemente elegantes. E outras cheias de posses e "educação", exibirem um comportamento estupidamente deselegante. Sempre relacionei a elegancia muito mais ao modo de se comportar diante da vida e dos demais do que propriamente ao bem vestir.
Algo que considero extremamente deselegante e que se tornou hábito comum, principalmente entre os mais jovens, é o habito de falar muito alto. Não sou uma pessoa que fale baixo, mas perto da maioria dos jovens eu sussurro.
Os pais e educadores andam se esquecendo de passar noções básicas de bom convívio social aos mais novos e o resultado é que lugares publicos tem se transformado numa baderna coletiva.
Desde pequenos saem correndo como loucos no meio das pessoas em corredores, halls de entrada, shoppings, cinemas, estacionamentos, supermercados, restaurantes ou em qualquer outro lugar. Interrompem conversas, gritam, choram, esperneiam. Crescem assim. Sem maiores freios ou sermões. O resultado é que anos depois, todo esse comportamento se transforma em vandalismo e desrespeito ao próximo ( inclusive aos proprios pais e avós).
Eu bem sei que os adolescentes são baderneiros e barulhentos por natureza. Aindo me lembro muito bem do tempo em que eu e mais um bando de outras garotas com 13, 14, 15 anos saíamos do colégio ou íamos ao cinema. Barulhentas como gralhas e adoooorando chamar a atenção. Depois vieram minhas filhas, e não foi diferente. Mas, sempre havia alguem mais velho dizendo....menos meninas...menos! E aos poucos íamos ficando mais maduras e percebendo, até um pouco envergonhadas, que era bem melhor para todos, falar um pouco mais baixo e não chamar tanto a atenção.
Sou obrigada a admitir que nem tudo é culpa da natureza, dos pais e dos educadores. Uma boa parcela da culpa também esta relacionada à tecnologia, ao rádio e a televisão. Os fones de ouvido usados à exaustão e num volume muito acima do recomendável ajudam bastante a prejudicar a audição e consequentemente aumentar o volume das conversas. Outra coisa que me irrita profundamente e que vai disseminando o hábito de falar alto demais é o comportamento de alguns locutores de rádio e apresentadores de tv. Falam berrando. Como se para chamar a atenção de seus ouvintes fosse necessário gritar como desesperados. Ouvir Gioconda Bordon com sua voz de travesseiro falando no rádio me chama mais a atenção do que qualquer locutor gritando como se estivesse prestes a ser engolido por uma tsunami.

Esses problemas já são antigos. Lembro como ficava horrorizada vendo minhas filhas pequenas assistirem desenhos animados em que os personagens só falavam gritando. Depois eu podia ver claramente como isso se refletia no comportamento delas. Passavam a falar muito alto e usando as mesmas expressões. Acho que cabe aos pais dar o exemplo e contornar esses problemas que fatalmente vão surgindo durante os anos em que nos dedicamos à educar nossas crianças. Não é facil, mas é para isso que servem aos pais. Não apenas para amar incondicionalmente e esperar que a escola resolva tudo. É preciso estar atento e disciplinar, discordar e proibir. E haja choradeira. Eu sei que é uma tarefa muito desgastante e ingrata, mas os doces frutos colhidos mais adiante e por todos, compensam tudo.